Botão da Desistência: onde está na vida real?
Em dias que a pressão para persistir é constante, reconhecer a necessidade de desistir não deve ser visto como fraqueza; psicólogo explica.
Um grupo de pessoas topa ficar confinado em uma casa cenográfica, sendo vigiado por câmeras 24 horas por dia. Sem receber informações do mundo exterior, eles disputam uma série de provas e dinâmicas em busca de um prêmio milionário. Este formato de programa é a receita de sucesso do Big Brother Brasil, que está em sua 25ª edição pela TV Globo. Um dos elementos do reality é o Botão da Desistência - que fica no meio da casa. Quando o botão fica verde, os participantes podem pressioná-lo para desistir da participação no reality show. Ele faz parte do BBB desde 2022 e já foi usado por Tiago Abravanel (BBB 22), Bruno Gaga (BBB 23) e Vanessa Lopes (BBB 24).
O Botão da Desistência ainda não foi usado em 2025. Enquanto ele pode ser visto como um símbolo de controle em meio ao caos, há muito o que ser levado em consideração antes de apertá-lo. Ao mesmo tempo em que pressioná-lo configura eliminação e fim do vínculo com a emissora, o ato pode representar a escolha de sair de uma situação que já não faz sentido. Mas, e na realidade: existe este recurso?
O professor de Psicologia da Una Itumbiara Silas Almeida tem analisado essa dinâmica. "Ter a opção de desistir dá ao participante uma sensação de controle sobre a própria experiência. Isso pode trazer alívio, porque ele sabe que não está preso e pode sair quando quiser", explica Silas. Essa ideia se aplica também à vida cotidiana, “onde muitas vezes nos sentimos obrigados a continuar em situações desgastantes”, completa.
Para ele, o ato de desistir não deve ser visto como fraqueza. Apertar o botão pode ser um sinal de um conflito interno: continuar para provar algo ou sair para se preservar? “A pressão social para não decepcionar ou para provar algo a si mesmo e aos outros pode levar as pessoas a insistirem em caminhos que já não são saudáveis”, ressalta Silas. Ele afirma ainda que “reconhecer os próprios limites é um ato de liberdade, não de fraqueza”.
De fora da casa, também há desafios e estresses que podem fazer com que as pessoas se sintam presas. "Quando estamos estressados, às vezes, parece que não há saída. O botão da desistência nos lembra que sempre existe uma escolha. Muitas pessoas aguentam situações ruins porque acreditam que precisam suportar, mas isso pode resultar em desgaste emocional severo”, observa o psicólogo.
"Muita gente vê a desistência como fraqueza, mas saber quando parar é sinal de maturidade", disse Silas, salientando que atualmente a sociedade frequentemente valoriza o sacrifício extremo em detrimento do cuidado pessoal.
O professor e psicólogo também pontua que o olhar do público sobre a desistência revela muito sobre as próprias expectativas sociais. Enquanto alguns respeitam quem desiste por reconhecer os desafios enfrentados, outros fazem julgamentos severos. Silas aponta que isso reflete uma cultura que muitas vezes valoriza mais o sofrimento prolongado do que o autocuidado.
"A decisão de desistir nos faz refletir sobre como a sociedade valoriza o esforço sem limites. Assim como no reality show, entender onde está nosso próprio botão da desistência na realidade é essencial. Saber quando parar e cuidar de si mesmo pode ser a verdadeira vitória em um mundo que muitas vezes confunde perseverança com sofrimento”, conclui.
Sobre a Una
Com o propósito de transformar o Brasil pela educação, a Ânima é o maior e o mais inovador ecossistema de ensino de qualidade para o país, com um portfólio de marcas valiosas e um dos principais players de educação continuada na área médica. A companhia é composta por cerca de 370 mil estudantes, distribuídos em 18 instituições de ensino superior, e em mais de 500 polos educacionais por todo o Brasil. Integradas também ao Ecossistema Ânima estão marcas especialistas em suas áreas de atuação, como HSM, HSM University, EBRADI (Escola Brasileira de Direito), Le Cordon Bleu (SP), SingularityU Brazil, Inspirali, Community Creators Academy, e Learning Village, primeiro hub de inovação e educação da América Latina, além do Instituto Ânima.
Em 2023, a Forbes, uma das revistas de negócios e economia mais respeitadas no mundo, elencou a Ânima entre as 10 maiores companhias inovadoras do país e, em 2022, o ecossistema de ensino, também foi destaque do Prêmio Valor Inovação - parceria do jornal Valor Econômico e a Strategy&, consultoria estratégica da PwC – figurando no ranking de empresas mais inovadoras do Brasil no setor de educação. A companhia também se destacou no Finance & Law Summit Awards - FILASA, em 2022, como Melhor Departamento de Compliance. Em 2021, a organização educacional foi destaque no Guia ESG da revista Exame como uma das vencedoras na categoria Educação. Desde 2013, a companhia está na Bolsa de Valores, no segmento de Novo Mercado, considerado o de mais elevado grau de governança corporativa.
Por Silas Almeida - Professor de Psicologia da UNA Itumbiara
Fonte: Lídïa Freïre da Cunha – Rede Comunicação UNA
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