Por que vacinar crianças e adolescentes contra o HPV?
A recomendação é a de que a vacinação seja feita antes do início da vida sexual, em meninas e meninos a partir dos 9 anos de idade.
Curitiba, 27 de outubro de 2025 – A vacinação contra o HPV em crianças e adolescentes é uma das formas mais eficazes de prevenir infecções que podem evoluir para diversos tipos de câncer, incluindo o de colo de útero, na vida adulta. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 17 mil novos casos da doença são diagnosticados todos os anos no Brasil, e a maioria está relacionada à infecção pelo vírus. Por isso, o Hospital Pequeno Príncipe, que é o maior e mais completo hospital pediátrico do país, reforça a importância da imunização precoce para evitar complicações no futuro.
O HPV (papilomavírus humano) é a infecção sexualmente transmissível (IST) mais frequente no mundo, atingindo mulheres e homens de diferentes faixas etárias. A transmissão ocorre principalmente por meio do contato sexual desprotegido, mas também pode acontecer por contato direto com a pele ou mucosas infectadas.
Existem mais de 200 subtipos de HPV, e pelo menos 14 são classificados como de alto risco por estarem associados ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer, como o de colo de útero, ânus, pênis e orofaringe, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Na maioria dos casos, a infecção não apresenta sintomas visíveis. Quando eles surgem, costumam aparecer entre dois e oito meses após o contato com o vírus. Porém, em algumas situações, o HPV pode permanecer inativo no organismo por até 20 anos, aumentando o risco de complicações futuras se não houver prevenção e acompanhamento médico.
Qual é a idade para vacinar contra HPV?
A recomendação é a de que a vacinação seja feita antes do início da vida sexual, em meninas e meninos a partir dos 9 anos de idade, com dose única. “Desta forma, caso a pessoa entre em contato com o vírus, estará protegida e com a resposta imunológica mais resistente. A vacinação contra o HPV é uma das formas mais eficazes de prevenir infecções que podem evoluir para o câncer”, explica a pediatra e coordenadora do Centro de Vacinas Pequeno Príncipe, Heloisa Ihle Garcia Giamberardino.
Entretanto, mesmo que o adolescente ou jovem já tenha iniciado a vida sexual, a vacinação continua sendo importante. “A proteção é contra tipos diferentes de sorotipos do HPV. É possível que a pessoa já tenha tido contato com um deles, mas não com os outros, que também podem causar complicações graves e aumentar o risco de câncer”, complementa a especialista.
Como funciona a imunização no Brasil?
A imunização contra o HPV ganhou um novo reforço no Brasil. O Ministério da Saúde ampliou, até dezembro de 2025, a faixa etária contemplada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Agora, inclui adolescentes e jovens de 15 a 19 anos que não receberam o imunizante na idade ideal (entre 9 e 14 anos). “A ideia é aumentar a cobertura nesse grupo. Além disso, avançar no objetivo de eliminar o câncer de colo do útero até 2030, conforme as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS)”, esclarece a pediatra.
Atualmente, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza gratuitamente a vacina HPV-4 para meninos e meninas de 9 a 14 anos. O esquema vacinal é de apenas uma dose. A vacina quadrivalente protege contra quatro tipos do vírus — 6, 11, 16 e 18 — responsáveis pela maioria dos casos de infecções de alto risco.
Além disso, o país também conta com a vacina HPV-9, disponível na rede privada, que amplia a proteção em cerca de 25%. Ela inclui cinco sorotipos adicionais: 31, 33, 45, 52 e 58. Essa versão pode ser aplicada em homens e mulheres de 9 a 45 anos, exceto em gestantes. O esquema vacinal da HPV-9 varia conforme a idade: para adolescentes entre 9 e 19 anos, são duas doses com intervalo de seis meses. Já para pessoas de 20 a 45 anos, são três doses aplicadas nos intervalos de zero, dois e seis meses.
A vacinação contra HPV é segura para crianças e adolescentes?
A vacina contra o HPV é segura e bem tolerada, com poucas reações adversas, semelhantes às de outras vacinas. Entre elas, dor no local da aplicação, febre leve e mal-estar passageiro. Segundo especialistas, a imunização é uma medida preventiva de saúde fundamental que garante proteção desde a adolescência até a vida adulta. “Vacine-se e incentive a vacinação dos adolescentes, afinal é algo que vai proteger ele por toda a vida”, finaliza a médica.
Sobre o Pequeno Príncipe
Com sede em Curitiba (PR), o Hospital Pequeno Príncipe é o maior e mais completo hospital pediátrico do Brasil. Há mais de cem anos, a instituição filantrópica e sem fins lucrativos oferece assistência hospitalar humanizada e de alta qualidade a crianças e adolescentes de todo o país. Referência nacional em tratamentos de média e alta complexidade, realiza transplantes de rim, fígado, coração, ossos e medula óssea, além de atuar em 47 especialidades e áreas de assistência em pediatria, com equipes multiprofissionais.
Com 369 leitos, sendo 76 de UTI, o Hospital promove 74% dos atendimentos via Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2024, realizou 259 mil atendimentos ambulatoriais, 20 mil procedimentos cirúrgicos e 293 transplantes. Reconhecido como hospital de ensino desde a década de 1970, já formou mais de dois mil especialistas em diferentes áreas da pediatria.
Junto com a Faculdades Pequeno Príncipe e com o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, compõe o Complexo Pequeno Príncipe. Essa atuação em assistência, ensino e pesquisa — conforme o conceito Children’s Hospital, adotado por grandes centros pediátricos do mundo — tem transformado milhares de vidas anualmente, garantindo-lhe reconhecimento internacional.
Em 2025, o Pequeno Príncipe foi listado como um dos 70 melhores hospitais do mundo no ranking elaborado pela revista norte-americana Newsweek, o que o colocou, pelo quinto ano consecutivo, como o melhor hospital exclusivamente pediátrico da América Latina. Neste ano, foi reconhecido como Hospital de Excelência pelo Ministério da Saúde por meio de certificação concedida a instituições que cumprem critérios técnicos rigorosos na assistência.
Fonte: Assessoria de Comunicação do HPP
Foto: Wynitow Butenas/Hospital Pequeno Príncipe

Comentários
Postar um comentário